Oftalmologista especialista em retina fala do diagnóstico do retinoblastoma - câncer de olho

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07/16/23

A recente revelação do diagnóstico de retinoblastoma da pequena Lua, de apenas um ano de idade, filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, acendeu um alerta sobre esse tipo de câncer infantil. Não há uma forma conhecida de prevenção para a doença, que ocorre de forma aleatória na maioria dos casos. O diagnóstico precoce é a melhor forma para lutar contra ela.
O retinoblastoma é considerado raro, mas é o tumor ocular maligno mais comum entre as crianças: cerca de 4% de todos os casos de câncer infantil no mundo. No Brasil, são cerca de 400 novos casos por ano.
“Quanto antes a doença for diagnosticada, maiores as chances de sucesso dos tratamentos disponíveis”, diz o médico oftalmologista, Dr. Paulo Igor Rauen (CRM 22859 RQE 720), que é especialista em retina.

O médico atua na triagem e tratamento de Retinopatia de Prematuridade na UTI Neonatal dos Hospitais Norospar e Cemil, em Umuarama (PR). É médico do SUS e também atende em sua clínica própria. Segundo ele, o Exame do Reflexo Vermelho (teste do olhinho), que é realizado em toda criança ao nascer, não é suficiente para diagnosticar o retinoblastoma e outras doenças oftalmológicas infantis. Algumas podem apresentar os primeiros sinais, somente depois dos primeiros meses de vida.

“O ideal são pelo menos duas consultas com o oftalmologista no primeiro ano de vida e, a partir daí, pelo menos uma consulta por ano”, orienta o especialista. Nesse acompanhamento o médico faz o mapeamento da retina, através do exame de dilatação da pálpebra. “Se os exames clínicos apresentarem alterações, exames laboratoriais e de imagem são solicitados para complementar o diagnóstico”.

Existem vários tratamentos disponíveis atualmente, que vão desde a aplicação de laser, indicado para as fases mais iniciais, quimioterapia, diversos tipos de cirurgias e, em casos avançados, a enucleação - retirada do olho.

De acordo com o especialista, os tratamentos avançaram muito e os pais não devem ter medo do diagnóstico. “Não há como prever ou prevenir a ocorrência de retinoblastoma e a doença não está associada a intercorrências clínicas da gestação. Na maioria dos casos, (75%) ele ocorre de forma espontânea. Começam acorrer mitoses irregulares em uma célula da retina, que passa a crescer de forma desordenada, originando o câncer”, explica.

Os outros 25% dos casos a criança herda um defeito no gene conhecido como RB1 dos pais. De acordo com a literatura médica, esse gene produz a proteína pRb, que ajuda as células a desacelerarem seu crescimento. Segundo o especialista, “aproximadamente 90% das crianças que nascem com essa mutação genética do gene RB1 desenvolvem retinoblastoma. Os retinoblastomas bilaterais são considerados hereditários”.

CONSCIENTIZAÇÃO E ESCLARECIMENTO

Para o médico, conscientização e esclarecimento são fundamentais para o diagnóstico precoce do retinoblastoma e outras doenças oculares na infância.

“A importância de toda essa discussão é o esclarecimento das dúvidas dos pais e promover essa maior conscientização sobre a importância das consultas oftalmológicas na infância, especialmente no primeiro ano de vida”, reitera o Dr. Paulo Rauen.

O especialista parabenizou os jornalistas Tiago e Daiana, bem como as pacientes curadas Thaynara, Sofia e seus pais Ricardo e Thalita. “São atitudes corajosas assim que estão ajudando e vão ajudar muitas pessoas a se conscientizarem, a buscarem o diagnóstico precoce, minimizando assim as perdas e sofrimentos que um câncer de olho pode trazer”, finalizou.

Leia a reportagem completa em www.movimentosaude.com.br

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